O edifício que contém a Tipografia do Conto “Arts, Books & Residence” foi construído no início do século XX para albergar pequenas atividades industriais, típicas do centro burguês da cidade, como uma Tipografia e uma Oficina de Artes Gráficas, entretanto desativadas. O projeto de reabilitação, que o transformou em hotel de charme, evoca essa condição “oficinal” anterior, mantendo, para isso, a fachada principal de pedra, em estilo Deco, o pátio central de iluminação e ventilação, e a flexibilidade espacial interna, sobretudo ao nível do piso térreo.
Os tetos deste hotel, em betão cru, homenageiam essa memória tipográfica, apresentando textos em baixo relevo, onde é possível ler passagens, excertos ou fragmentos de vários autores, de referência nacional e internacional, ligados à arquitetura, ao design, à investigação e à curadoria de arte.
O Conto Reconta-se
O Hotel possui dez quartos e um extenso piso térreo, com áreas polivalentes, complementadas pelo pátio central, jardim traseiro e respetiva piscina. Adjacente a estes, localiza-se um amplo bar de apoio aos residentes – Hífen –, o qual serve ainda de espaço para exposições, concertos e outras atividades culturais.
O Hotel Tipografia do Conto, galardoado com o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2020 (área do Turismo) segue os mesmos princípios da Casa do Conto, primeiro projeto deste promotor hoteleiro, cuja obra recebeu a Menção Honrosa do Prémio João de Almada 2012, destinado a galardoar os melhores exemplos de reabilitação patrimonial no município do Porto. Ambos os projetos são da autoria do ateliê Pedra Líquida.
Tal como a Casa do Conto, a Tipografia do Conto procura contrariar a usual oferta hoteleira da cidade, cada vez mais genérica e impessoal, recriando vestígios locais da tipografia existente, e assim reativando a própria memória da cidade.